Principal Função: obtençao de nutrientes através dos alimentos ingeridos (carboidratos, lipídios e proteínas, que são os macronutrientes, além de vitaminas e minerais, que são os reguladores, e água).
Estruturas que formam o sistema: trato gastrintestinal (boca, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso, reto e ânus) e glândulas auxiliares (salivares, fígado e pâncreas).
Regulação: este sistema conduz o alimento através do trato, iniciando com uma quebra mecânica (trituração pelos dentes) e outra quebra química (digestão propriamente dita); depois há a absorção dos nutrientes. Tudo isso é regulado pelo organismo.
Movimento do Alimento no Tubo Digestivo: propulsão, secreção e absorção.
Motilidade Gastrintestinal: é definida como os movimentos realizados pelo trato (movimentos peristálticos) - o peristaltismo é realizado por contrações em seqüência, que acontecem sempre no sentido da boca para o ânus.
Camadas do Trato Gastrintestinal: são cinco e da mais externa pra mais interna são elas - serosa, músculo longitudinal, músculo circular, submucosa e mucosa (a última está em contato direto com o alimento, formando a membrana luminal da célula).
Camadas musculares: são formadas de músculo liso, com as seguintes características - suas células não são como as estriadas e estão posicionadas entrelaçadas (sincício), possuindo junções abertas (se uma célula despolariza, todas se despolarizam) e canais de cálcio / sódio (mas não possuem cálcio no retículo sarcoplasmático, então este entra pela ação da enzima calmodulina e auxilia na despolarização da célula para contração).
Potencial de ação das células do músculo liso: possui uma variação modulante no potencial de repouso (ondas lentas ~~~); por algum estímulo externo, involuntariamente, a célula se despolariza e acontece o potencial de ação, representado pelos potenciais em ponta (^^^); isso acontece pela abertura dos canais de cálcio / sódio, pela acetilcolina (neurotransmissor vindo do botão sináptico de um neurônio do sistema nervoso autônomo parassimpático, nesse caso; já quando o neurônio é do SNA simpático, o neurotransmissor liberado é adrenalina, que abre os canais de cloro, realizando uma hiperpolarização - mantendo o repouso, se já se está em repouso, ou repolarizando, se há potencial de ação); a seguir o potássio realiza a repolarização, mesmo sem a ação da adrenalina, que é liberada apenas em casos especiais (como exercícios).
Exercício Físico: se, durante o exercício, libera-se muita adrenalina, o sistema digestório fica relaxado e não realiza digestão (conservando o alimento em excesso, no trato).
Controle nervoso das funções gastrintestinais: o sistema digestivo possui um sistema nervoso (entérico) especial para controlar as suas funções. O SN entérico atua no sistema digestório por dois plexos (que são conjuntos de gânglios - parte do neurônio fora do SN central) - um é o mioentérico (localizado entre as camadas musculares longitudinal e circular) e o outro é o submucoso (na camada submucosa); ambos recebem inervação simpática e parassimpática.
Plexo Mioentérico: controla funções motoras do trato gastrintestinal; nele o SNA simpático libera adrenalina, diminuindo a motilidade (pela hiperpolarização) e o SNA parassimpático aumenta a motilidade (acetilcolina, despolariza). Plexo Submucoso: controla as secreções do trato; nele o parassimpático aumenta as secreões e o simpático diminui. OBS: sendo assim, o controle neural, se situa na parede intestinal e controla os movimentos e a secreção.
Hormônios Gastrintestinais: secretina (é secretada quando há estímulo por ácido e ácidos graxos - gorduras - no trato gastrintestinal, funcionando como um anti-ácido natural); gastrina (liberada quando há estímulo por proteínas no trato - estimula a produção e a secreção de ácidos); colecistocina (liberada na presença de alimentos gordurosos, estimulando a contração da vesícula biliar); peptídeo gástrico inibitório (liberado na presença de proteínas no trato, retardando o esvaziamento gástrico, mantendo o alimento por mais tempo no estômago).
Secreções Digestivas: da boca (glândulas salivares - não fazem parte do trato, mas suas enzimas atuam na boca - são as submandibulares, parótida e submaxilar - a principal enzima da saliva é a ptialina, que faz amilase - quebra - salivar de carboidratos; além da ptialina existe o muco - feito de proteínas - na saliva, para lubrificar o trato); do esôfago (só produz muco, para lubrificação); estômago (as células que formam sua parede são as gástricas ou oxínticas, que produzem ácido clorídrico e pepsinogênio - forma inativa da pepsina, convertendo-se nesta com a presença de ácido, para enfim ajudar na quebra de proteínas; também existe uma secreção chamada fator intrínseco, importante para absorção de vitamina B); intestino delgado (sua parede possui enzimas para quebra dos três grandes macronutrientes); intestino grosso (não produz secreções digestivas, mas, sim, uma certa quantidade de muco, além da reabsorver água para formar as fezes).
Suco digestivo | Enzima | pH ótimo | Substrato | Produtos | |
Saliva | Ptialina | neutro | polissacarídeos | maltose | |
Suco gástrico | Pepsina | ácido | proteínas | oligopeptídeos | |
Suco pancreático | Quimiotripsina Tripsina Amilopepsina Rnase Dnase Lipase | alcalino alcalino alcalino alcalino alcalino alcalino | proteínas proteínas polissacarídeos RNA DNA lipídeos | peptídeos peptídeos maltose ribonucleotídeos desoxirribonucleotídeos glicerol e ácidos graxos | |
Suco intestinal ou entérico | Carboxipeptidase Aminopeptidase Dipeptidase Maltase Sacarase Lactase | alcalino alcalino alcalino alcalino alcalino alcalino | oligopeptídeos oligopeptídeos dipeptídeos maltose sacarose lactose | aminoácidos aminoácidos aminoácidos glicose glicose e frutose glicose e galactose |
Glândulas auxiliares (além das salivares): seus produtos (do fígado e do pâncreas) caem a partir do intestino delgado - o fígado produz e secreta os sais biliares que emulsificam as gorduras, separando-as em blocos menores para facilitar a ação da lípase pancreática; o pâncreas produz diversas enzimas, como a tripsina, quimiotripsina, carboxipolipeptidase, pró-elastase (responsáveis por quebrar proteínas - a pró-elastase, especificamente, é importante na quebra das fibras de elastina - proteínas da carne), a amilase pancreática (quebra carboidratos), a lípase pancreática (quebra gorduras) e o bicarbonato (neutraliza o quimo - bolo alimentar - ácido).
Apêndice: contém macrófagos (células fagocitárias) para fagocitar substâncias estranhas no trato.
Macronutrientes: carboidratos (sua menor porção é um monossacarídeo - como a glicose); proteínas (aminoácido); lipídios (ácidos graxos e monoglicerídeos - como o glicerol).
Hidrólise: processo básico (comum aos três macronutrientes), sendo um tipo de reação química que quebra um nutriente através da água, onde um grupo fica com o H+ e ou outro com o OH-.
Monômero: uma molécula de glicose / Polímero: várias moléculas de glicose.
*Digestão de Carboidratos: inicia-se ainda na boca, onde o amido ingerido é quebrado pela ação da ptialina (saliva - 20 a 40%), transformando-o em maltose e polímeros de glicose, que sofrerão, depois, a ação da amilase pancreática (50 a 80%); a partir daí, alguma glicose já é formada, pela ação da enzima maltase; outros tipos de carboidratos como lactose e sacarose sofrem ação de enzimas intestinais (como lactose e sacarose, formando galactose e frutose).
*Digestão de Proteínas: só começam a ser digeridas no estômago, pela ação da pepsina, transformando-as em proteoses, peptonas e polipeptídios; esses ainda sofrem a ação das enzimas pancreáticas (tripsina, quimotripsina, carboxipolipeptidase e pró-elastase); os polipeptídios restantes, ainda não covertidos em aminoácidos, sofrerão a ação das peptidases intestinais, até chegarem, finalmente, a aminoácidos (absorvidos pelo sangue).
*Digestão de Gorduras: só começam a ser digeridas no intestino, pela ação da bile (sais biliares - produzidos na vesícula biliar, do fígado), que emulsifica a gordura, formando pequenos blocos de gordura (micelas), os quais tornam mais fácil a ação da lípase pancreática, para formar, finalmente, ácidos graxos e dois monoglicerídeos (como o glicerol).
Absorção Intestinal: a absorção acontece no intestino delgado e, para isso, ele possui uma superfície abortiva maior, com ajuda de válvulas coniventes (que aumentam em 3x essa superfície), de vilosidades (10x) e de bordas em escova (20x), aumentando-a em cerca de 1000x (em relação às outras passagens).
Mecanismos de absorção: transporte ativo, difusão e transporte pelo solvente.
*Absorção de Carboidratos: a glicose é co-transportada (mesma direção) com o sódio; a frutose entra por difusão facilitada; e a galactose possui ingestão imediata.
*Absorção de Proteínas: co-transporte de aminoácidos e peptídeos com sódio.
*Absorção de Gorduras (Lipídios): difusão simples, devido a liposolubilidade (uma bicamada lipídica forma a membrana celular).
*Absorção de Água: por osmose, provocada pela saída de soluto (os macronutrientes, no caso) que diminuem a osmolaridade local, em relação à corrente sanguínea.
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