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quinta-feira, 10 de março de 2011

Elas merecem muito

No ultimo dia 08, foi o dia internacional da mulher,por isso, vamos falar um pouco  sobre o futebol feminino. Que infelizmente, até hoje, encontra barreiras muito fortes para ganhar espaço no cenário mundial e principalmente brasileiro, afinal, na Europa e EUA, o futebol feminino se apresenta muito mais desenvolvido que aqui, mas ainda está muito distante de se comparar em estrutura, salários, mídia, etc ao futebol masculino.
É difícil tentar explicar os motivos de tanta resistência ao futebol feminino. Parece que ninguém tem muita vontade de “abraçar” a modalidade, e os que têm, costumam ser atrapalhados e impedidos.
Isso acontece porque não existem grandes equipes, nem grandes competições, sem grandes investimentos por trás. E aí está o grande problema. Ainda não estamos acostumados a assistir, e acompanhar e a consumir o futebol feminino. Com isso, há uma grande dificuldade de se conseguir o investimento necessário para oferecer a estrutura que o futebol feminino precisa e merece.
Há um preconceito muito grande em relação à modalidade. Muita gente acha que o jogo é chato, pois apresenta um ritmo mais cadenciado (gostamos mais de bola rolando,ou correria com falta atrás de falta?), outros dizem que mulher não sabe jogar bola (duvido que quem fala isso consiga tomar uma bola da Marta ou fazer mais gols que a Cristiane), tem gente que não assiste porque ta interessado mesmo é na beleza das jogadoras, e acham que só o vôlei tem belas atletas (olha pra foto aí embaixo e me diz se o futebol também não tem suas musas).
(Hope Solo, Goleira dos EUA e Laisa Andrioli, atacante do Inter)
A verdade é que o futebol feminino tem um atraso histórico em relação ao masculino. As primeiras partidas com as regras oficiais datam por volta de 1863,64. A primeira partida entre equipes femininas, só vai ocorrera em 1898,uma diferença de 35 anos de defasagem.No Brasil, o futebol só chegou em 1894, a primeira partida feminina ocorreu em 1921. Esse “atraso”, fez com que o futebol feminino começasse do zero enquanto o masculino já estava em um momento de grande desenvolvimento, enfrentando dificuldades que o futebol masculino enfrentou quando foi criado. Mais do que isso, o futebol feminino pode ter nascido viciado, com dogmas já estabelecidos no masculino.
Exemplo disso, são as regras, que não foram adequadas às limitações fisiológicas das mulheres, que mesmo apresentando capacidade aeróbia ,massa muscular e estatura menores que os atletas homens, disputam as partidas num campo de dimensões iguais, com a mesma duração, chutando uma bola de mesmo peso e circunferência, e defendendo traves do mesmo tamanho,diferente de outras modalidades como o vôlei, que tem alturas de rede diferentes para os dois gêneros, ou o basquete em que a bola é diferente.Será que se tivessem que percorrer menos tempo,em um campo menor e chutar uma bola um pouco menor e mais leve, o jogo não ficaria mais corrido?As jogadas de efeito não sairiam com mais facilidade?E até numa opção um pouco mais radical, uma baliza menor não facilitaria as defesas evitando alguns placares meio exagerado que ocorrem de vez em quando?
Talvez isso tudo ajudaria, mas o que ajudaria mesmo, é que as pessoas passassem a enxergar o futebol feminino como uma modalidade como outra qualquer que pode ser praticado em grande nível por ambos os sexos. Além disso, valorizar o esforço dessas meninas que tentam seu lugar ao sol, mesmo sabendo que o caminho para o sucesso  e a fama tem um caminho muito incerto e que dificilmente vai lhes oferecer a recompensa justa. E que mesmo com tudo isso, chegam a finais de copa e olimpíadas, e ainda são vergonhosamente criticadas por não terem vencido.
Como disse anteriormente, é necessário muito investimento, mas falta costume ao público em “consumir” futebol feminino. Porém nesta via de duas mãos, é imprescindível o apoio daqueles que podem fazer a modalidade chegar até as pessoas. Os meios de comunicação, principalmente a televisão devem, divulgar,noticiar e principalmente transmitir de forma sistemática as competições femininas com o intuito de torná-las visíveis e comerciais, da mesma forma que o futebol masculino.  
Termino, deixando meus maiores cumprimentos a todas as mulheres, principalmente àquelas que praticam o futebol, e a todos que se esforçam para fazer esta modalidade cada vez maior e respeitada.

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