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segunda-feira, 30 de maio de 2011

Vou poder dizer aos netos: "Eu vi o Barcelona do Messi jogar..."

Antes de iniciarem a leitura sugiro que coloquem o vídeo no final da postagem para carregar devido a extensão do mesmo.


Vamos falar da final do campeonato de clubes mais importante do mundo que é a Liga dos Campeões. Depois de 12 jogos, e de forma justíssima, Manchester e Barcelona chegaram a final em uma reedição do confronto de 2009 que sagrou o Barça campeão. O confronto deste final de semana podia ser encarado como uma revanche e um desempate no número de títulos pois até então ambas equipes haviam conquistado a Liga por três vezes. E mais uma vez o título ficou com os catalães.
Entre as outras crônicas que já li sobre o jogo, é evidente a necessidade e até mesmo a dificuldade de expressar com as palavras o que este time tem apresentado. Certamente até o fim do texto também farei o mesmo, mas antes vamos tentar usar alguns números para comentar um pouco sobre o jogo.
O quadro abaixo, foi retirado do site oficial da UEFA, e podemos observar como o Barça foi extremamente superior ao Manchester.

A principal característica do Barcelona é a manutenção da posse de bola, e esta é determinante para os valores dos outros parâmetros também sejam superiores em relação ao dos adversários.
Podemos ver que o Barça teve 63% da posse, o que neste jogo representou quase 39 min, ressaltando que este tempo é de bola rolando. Importante também, é que esta posse não é uma manutenção sem propósito, ou com intenção de segurar o jogo. O Barcelona utiliza uma troca de passes fora do comum para ficar com a bola, o que acelera o seu jogo e provoca desequilíbrios constantes no sistema defensivo adversário.  Não tenho os números finais do total de passes, mas a transmissão apontava que a cada 15min. Por volta de 100 passes eram trocados por eles, o que daria por volta de 600 passes ao final da partida.
Assim os espaços vão surgindo e permitindo um grande número de finalizações. Neste jogo, foram 16, sendo que apenas 4 foram para fora, enquanto os diabos vermelhos chutaram 3, acertando apenas uma vez a meta do goleiro Valdés.
E se trocando passes seria difícil para o Manchester chegar, bolas levantadas na área poderiam ser interessantes, mas com tamanha dificuldade de concretizar as jogadas de ataque, a equipe inglesa não conseguiu nenhum escanteio enquanto os espanhóis tiveram 6.
Outro dado interessante é a quantidade de faltas cometidas, e o Barcelona cometeu apenas 5 o jogo todo. Para que a gente tenha uma noção da disparidade, das 16 que o Manchester cometeu, só o Valencia cometeu 7, umas 4 só no primeiro tempo.
Completando essa miscelânea de números, dividindo o tempo que o Barcelona ficou com a bola ao longo da competição, dado também apresentado pelo site da UEFA, pelo número de jogos,  temos a média de 61 min do jogo (incluindo bolas paradas) com a bola sob a posse dos catalães. Pelo menos 2/3 do jogo. Difícil ser batido assim.
Chega de números, pois este espetáculo proporcionado a cada jogo do Barça é muito maior do que isto. Mais interessante do que alguns comentários que nós apaixonados naturalmente por futebol fazemos, é ver como eu tenho visto, pessoas, principalmente mulheres como algumas conhecidas minhas que até torcem pra algum time aqui no Brasil, mas que passaram a acompanhar,torcer e comentar sobre os jogos do Barcelona.
Estou a alguns dias de completar 23 anos, e não vi o Santos de Pelé, nem o time de 70, a Holanda de 74, entre outros que marcaram época. Mas não tenho dúvidas ao afirmar que o Barcelona, com seus artistas da bola, entrou para a história, se não como o melhor time de todos os tempos, mas certamente como um deles, e daqui uns 45 anos vou poder dizer que o vi jogar.   
E se grandes times apresentam sempre um gênio, mesmo com Xavi e Iniesta, ainda há um tal de Messi, que também pode não chegar a ser o maior de todos, mais hoje, é o melhor sem nenhuma dúvida, e também com seus 23 anos, ainda tem muito tempo para desfilar seu talento pelo mundo da bola.
Para concluir, acho que o mais importante de tudo isso, é que o Barcelona nos prova que é possível jogar bonito, dar espetáculo e ser vitorioso, e que isto possa ser a filosofia de outras equipes, contribuindo assim para que o espetáculo seja cada vez maior.
Rodrigo Monteiro.


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