Ele tem é que decidir

Final da Taça Guanabara entre Flamengo e Boavista. O Boavista fez uma ótima campanha, se mostrando um time bastante forte e grande poder de reação, haja vista sua classificação no jogo contra o Nova Iguaçu, e contra o Fluminense, em que teve que buscar o empate por duas vezes e acabou vencendo nos pênaltis.

Porém tinha pela frente o Flamengo, que tem a tradição, a experiência de ter vencido 18 vezes a Taça Guanabara, um estádio inteiro à favor, e que tem Ronaldinho Gaúcho.

Desde o começo, o Fla se impôs e tomou o controle das ações. Mais uma vez, Luxemburgo mudou o time,sacando, supreendentemente diga-se de passagem, Deivid e Angelim, colocando Bottinelli e Egídio respectivamente. Assim centralizou o argentino e posicionou Ronaldinho como centroavante.

Mundanças na escalação, mas o time continuava apresentando as dificuldades das outras partidas. Um bom volume de jogo, porém sem muita efetividade. Mesmo mantendo grande posse de bola, o Flamengo não consegue transformar em chances claras de gol.

Mesmo assim, Ronaldinho fez um cruzamento para cabeçada de Thiago Neves, que o goleiro colocou para escanteio, indicando que esta é uma jogada praticada nos treinamentos uma vez que no jogo contra o Botafogo aconteceu um lance muito semelhante. Léo Moura também teve uma chance, invadindo a área e chutando pra fora.

O Boavista fez o goleiro Felipe trabalhar apenas duas vezes, numa falta cobrada pra área em que se acontece um desvio poderia complicar, e num chute de fora da área após Maldonado escorregar sozinho enquanto recebia um passe. E nada de gols no primeiro tempo.

No segundo tempo quem entra? Negueba, sempre ele que  vem ganhando espaço e se tornando um amuleto, xodó da torcida, etc. Mais uma vez correspondendo, cheio de vontade e personalidade, tem dado muita movimentação a equipe, facilitando a chegada dos homens de frente do Fla. Assim o Flamengo melhorou, e começou a chegar com mais perigo ao gol do Boavista.

Melhorou, mas não o suficiente para tirar o zero do placar, então, entrou, na vaga de Egídio, Diego Maurício,que na minha opinião é quem melhor compõe o setor ofensivo e deveria ser o centroavante do time. Habilidoso, com grande movimentação e muito bom também nas finalizações, característica que talvez precise ser aprimorada no xodó Negueba.

O Boavista até tentou aproveitar o espaço deixado com as subidas do Fla, mas não conseguiu criar muita coisa. O Flamengo atacava, e atacava, mas parecia que a bola não iria entrar. Até que numa troca de passes na entrada da área, Thiago Neves.

É aí que um jogador diferente muda a história. Ronaldinho ficou de fora apenas 6 minutos desde que chegou ao Fla. Ainda não deu show, não teve aquela atuação que todos esperam, e talvez não faça. E não precisa mesmo de chapéu, caneta, driblar o time inteiro. Precisa ser decisivo, num passe milimétrico, uma finalização certeira dentro da área, e cobranças de falta cirúrgicas como a de hoje. Aliás digo isso pedindo permissão ao Daniel, o outro responsável pelo blog, que num bate-papo nosso disse que se o Ronaldinho anotasse as faltas e os pênaltis já faria muita diferença. E fez, numa bola, predestinada a morrer na rede, ele bateu e antes que a bola pudesse cruzar a linha do gol, já corria para a torcida, meio sem saber o que fazer exatamente na comemoração. Ronaldinho ainda parece meio incrédulo com a torcida, parece ainda não acreditar nos gritos, nos cantos, e no amor que a torcida tem pelo time e por ele,e isso talvez ainda o pressione de alguma forma, se sente na obrigação de retribuir com espetáculo, mas este gol, pode servir para que ele sinta que está cumprindo seu papel que é decidir a parada.

O jogo seguiu da mesma forma, o Fla encima, e o Boavista sem forças para buscar o resultado. Luxemburgo ainda reforçou o setor defensivo com Angelim no lugar de Thiago Neves, cansado e assim foi esperar o fim da partida que manteve o Flamengo invicto e agora com 19 títulos da TG.